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O Movimento Empresa Júnior no Brasil e no mundo


O Movimento Empresa Júnior (MEJ) hoje é visto como uma experiência muito valiosa nas graduações, especialmente no Brasil. Porém, poucas pessoas sabem como tudo começou ou mesmo sabem o que é e como trabalha uma empresa júnior. Por isso, vou apresentar a você esse maravilhoso movimento e te convidar a conhecer o MEJ a partir dele.


Em 1967, os alunos da Escola Superior de Ciências Econômicas e Comerciais (ESSEC — L’École Supérieure des Sciences Economiques et Commerciales) perceberam a necessidade de desenvolver habilidades e técnicas para o mercado de trabalho através da aplicação do conhecimento teórico aprendido na graduação, por meio de ações práticas. Com intuito de cobrir essa deficiência, foi fundada a Junior Enterprise, formada por estudantes engajados e interessados em criar soluções, com base nos seus conhecimentos acadêmicos, para clientes reais. Assim, foi criada a primeira Empresa Júnior (EJ) do mundo, uma associação civil, sem fins lucrativos, cujo objetivo principal é desenvolver habilidades práticas de mercado nos seus membros, exclusivamente graduandos, oferecendo soluções de qualidade e a um preço acessível. É o princípio básico de toda EJ. Em pouco tempo, a proposta se espalhou por toda a França, atingiu outros cursos como Engenharia, e administração até chegar nos demais países.


O Movimento chegou ao Brasil em 1987. João Carlos Chaves, Diretor da Câmara de Comércio Franco-Brasileira, orienta alunos de Administração da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo a fundarem a primeira empresa júnior do Brasil, a Empresa Júnior – EJFGV. Ao passo que as EJs chegaram ao Brasil, também foram sendo criadas as confederações como: a brasileira (Brasil Júnior), a asiática, a norte-americana e a europeia, assim, constitui-se o Movimento Empresa Júnior (MEJ) ao redor do mundo. Desde então, o MEJ preocupou-se em disseminar e incentivar o empreendedorismo, buscando formar jovens comprometidos e capazes de transformar o mundo.


A Brasil Júnior é a confederação brasileira de empresas juniores. Criada em 2003, a finalidade da instituição é propor e repassar diretrizes nacionais que devem ser adotadas pelas federações estaduais, de modo a regulamentar a atividade das empresas juniores em âmbito nacional. Além disso, trabalha com um portal de colaboração e conhecimento, que promove a integração dos empresários juniores de todo o país. De acordo com as últimas estatísticas do Movimento Empresa Júnior, em 2018, foram registradas mais de 900 empresas juniores, um faturamento maior que 23 milhões, mais de 17 mil projetos, contando com mais de 22 mil empresários juniores e mais de 110 Universidades conveniadas em todo o Brasil. Cada unidade federativa possui uma confederação regional para auxílio. No caso do Rio de Janeiro, nós temos a Rio Júnior, que no auxilia em termos mais burocráticos e a federação.


Em 2019, a Evolution Soluções Ambientais foi criada por alunos do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Veiga de Almeida do Campus Tijuca, com o objetivo de proporcionar aos colaboradores a oportunidade de aplicar os conhecimentos aprendidos na graduação trabalhando com projetos e clientes reais. A empresa júnior é multidisciplinar e sua estrutura organizacional permite oferecer ao profissional uma vivência empresarial mais intensa através do job rotation entre os setores Comercial, Logística, Projetos e Gestão de Pessoas & Qualidade. Isto permite o aprendizado de gestão, trabalho em equipe e aplicações específicas para a graduação. Além disso, oferecemos ao profissional da Evolution, treinamentos constantes para contribuir com a formação profissional do mesmo.


Cada EJ possui o estatuto e o regimento interno da empresa para conduzir seu funcionamento, enquanto a LEI No 13.267, DE 6 DE ABRIL DE 2016, Lei das Empresas Juniores, legitima a existência e as atividades básicas a serem desempenhadas pelas empresas juniores. Segundo a Lei, a empresa júnior é uma associação civil gerida por estudantes matriculados em cursos de graduação de instituições de ensino superior, com o propósito de realizar projetos e serviços que contribuam para o desenvolvimento acadêmico e profissional dos associados, capacitando-os para o mercado de trabalho. O pré-requisito fundamental para integrar nas empresas juniores é o vínculo com a instituição de ensino por meio da matrícula do estudante. Todo o trabalho é voluntário e nenhum funcionário é autorizado a utilizar a receita dos projetos para fins pessoais. Todo o rendimento conquistado pela Empresa Júnior deve ser obrigatoriamente aplicado em treinamentos para a equipe de profissionais.




Conforme descreve a Lei, os objetivos de uma empresa júnior são:


1. proporcionar a seus membros as condições necessárias para a aplicação prática dos conhecimentos teóricos referentes à respectiva área de formação profissional, dando-lhes oportunidade de vivenciar o mercado de trabalho em caráter de formação para o exercício da futura profissão e aguçando-lhes o espírito crítico, analítico e empreendedor;


2. aperfeiçoar o processo de formação dos profissionais em nível superior; estimular o espírito empreendedor e promover o desenvolvimento técnico, acadêmico, pessoal e profissional de seus membros associados por meio de contato direto com a realidade do mercado de trabalho, desenvolvendo atividades de consultoria e de assessoria a empresários e empreendedores, com a orientação de professores e profissionais especializados;


3. melhorar as condições de aprendizado em nível superior, mediante a aplicação da teoria dada em sala de aula na prática do mercado de trabalho no âmbito dessa atividade de extensão;


4. proporcionar aos estudantes a preparação e a valorização profissionais por meio da adequada assistência de professores e especialistas;


5. intensificar o relacionamento entre as instituições de ensino superior e o meio empresarial;


6. promover o desenvolvimento econômico e social da comunidade ao mesmo tempo em que fomenta o empreendedorismo de seus associados.


Dessa forma, além de atingir seu próprio objetivo, as EJs também contribuem para o desenvolvimento do empreendedorismo em sua região. As Empresas juniores enquadram no terceiro setor da economia, pois estão enquadrados no setor privado (portanto não são do Primeiro Setor) e não têm por fim último o lucro (excluindo-se do Segundo Setor). Dessa forma, acabam por ter reduzidos custos operacionais e de tributação, podendo oferecer serviços de qualidade a um custo baixo. As EJ's atendem principalmente o mercado das micro e pequenas empresas, que costumeiramente não tem acesso a consultoria sênior quando enfrentam grandes dificuldades de gestão. Porém, nada impede o atendimento à grandes empresas caso seja viável.


A fim de garantir um excelente resultado, todo o trabalho executado pode ter o acompanhamento e a orientação de um professor ou profissional habilitado da respectiva área do conhecimento. Ex-alunos que passaram por empresas juniores contam com diferencial de conhecer o mercado ainda dentro da Graduação, ter experiência de trabalho, conhecer a prática empreendedora e desenvolvimento de suas habilidades empresariais.


O trabalho da empresa júnior é extremamente valioso para as empresas contratantes e a instituição de ensino. No que se refere às empresas contratantes, elas se beneficiam com os projetos desenvolvidos pelos alunos membros da empresa júnior, cujas características são a alta qualidade dos trabalhos, garantida pela orientação dos professores, e o baixo investimento, uma vez que as empresas juniores não visam o lucro. Enquanto que as universidades são diretamente favorecidas pelo retorno em imagem institucional, garantido pela divulgação que as Empresas Júnior necessariamente fazem ao seu nome. Cabe ressaltar que o MEC avalia as iniciativas estudantis como fator positivo para que a instituição de ensino alcance os níveis mais altos de conceito do próprio Ministério.



É possível analisar características evidentes em profissionais que passaram por Empresas juniores:


1. São capazes de analisar riscos calculados;

2. São visionários;

3. Sabem tomar decisões;

4. Sabem explorar bem as oportunidades;

5. Tem dinamismo;

6. Planejam-se muito bem; e

7. Desenvolvem Networking de forma eficiente e estratégica.



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Autor: Jobson Larrubia de Almeida Júnior;

Acadêmico de Engenharia Ambiental e Co-fundador da Empresa Jr. Evolution S.A.


Revisão: Jacqueline Lobo Pereira;

Auxiliar Comercial na Evolution S.A


 
 
 

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© 2019 por Kaique César Bragé.

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